Ex-comandante do Exército confirma plano golpista de Bolsonaro
Em 2025, o cenário político brasileiro continua a ser impactado por eventos ocorridos durante e após as eleições de 2022. Um dos casos mais notórios envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe.
As investigações revelaram reuniões no Palácio do Alvorada, onde teria se discutido a possibilidade de instaurar um Estado de Sítio, de Defesa ou Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no país. O ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, é uma das principais testemunhas nesse processo.
Durante uma audiência na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Freire Gomes confirmou ter participado de reuniões com Bolsonaro, onde documentos considerados “estudos” foram apresentados. O militar tentou minimizar a gravidade das discussões, alegando que as medidas estavam previstas na Constituição.
No entanto, sua versão foi questionada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, que apontou inconsistências em relação ao depoimento anterior dado à Polícia Federal (PF).
Alegações de Freire Gomes
Freire Gomes relatou que Bolsonaro apresentou três “institutos jurídicos” que poderiam justificar uma ruptura democrática após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições. O ex-comandante do Exército afirmou que as medidas discutidas eram apenas informativas e não houve pedido de opinião sobre o assunto.
Ele destacou que os documentos estavam embasados em aspectos jurídicos, o que, segundo ele, não causou estranheza.
Apesar disso, Freire Gomes disse ter alertado Bolsonaro sobre os riscos legais e a necessidade de apoio interno e externo para implementar qualquer uma das medidas discutidas. Ele enfatizou que sem o devido respaldo, o ex-presidente poderia enfrentar sérios problemas jurídicos.
Como o STF reagiu às declarações de Freire Gomes
O ministro Alexandre de Moraes questionou a veracidade das declarações de Freire Gomes, apontando diferenças entre o depoimento atual e o anterior à PF. Moraes advertiu que uma testemunha não pode omitir informações e deu a Freire Gomes a oportunidade de esclarecer sua posição.
O ex-comandante reafirmou que não houve conluio por parte do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, durante as reuniões.
Freire Gomes também mencionou que, na última versão do documento apresentado, havia uma determinação de prisão de autoridades, possivelmente incluindo o próprio Moraes. No entanto, ele negou ter dado “voz de prisão” a Bolsonaro, como sugerido por outros depoimentos.