Entenda como o Brasil participou da Segunda Guerra Mundial
Em 8 de maio de 2025, o mundo relembrou os 80 anos da vitória dos Aliados sobre os regimes nazifascistas da Alemanha e da Itália durante a Segunda Guerra Mundial. A contribuição do Brasil nesse conflito é um capítulo significativo da história, que vai além da conhecida atuação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália.
O envolvimento brasileiro começou antes mesmo do envio de tropas ao exterior, com ações estratégicas no litoral do país.
Embora a FEB e seus “pracinhas” sejam frequentemente lembrados, a participação do Brasil foi mais abrangente, envolvendo a Marinha e a Força Aérea Brasileira (FAB) em missões cruciais. Historiadores e militares têm destacado a importância de resgatar e valorizar essa memória, muitas vezes ofuscada no cenário nacional.
A contribuição do Brasil foi vital não apenas no campo de batalha, mas também no suporte logístico e na defesa das costas brasileiras.
Papel da Marinha do Brasil na Segunda Guerra Mundial
A Marinha do Brasil desempenhou um papel crucial na proteção dos comboios marítimos ao longo da costa brasileira e no Atlântico Sul. Após a declaração de guerra à Alemanha e à Itália em agosto de 1942, o Brasil tornou-se um aliado estratégico, garantindo o transporte seguro de navios mercantes.
A missão principal da Marinha era escoltar esses navios desde o Rio de Janeiro ou Salvador até o Caribe, onde a escolta era assumida pela Marinha dos Estados Unidos.
Durante o conflito, a Marinha brasileira foi responsável pela proteção de 3.164 navios mercantes, alcançando uma taxa de sucesso de 99% nas missões. No entanto, o esforço não foi isento de perdas. A Marinha perdeu três navios e sofreu baixas significativas, com mais brasileiros morrendo no mar do que na Campanha da Itália.
Esses esforços foram fundamentais para manter as linhas de comunicação e abastecimento abertas, evitando que o Brasil parasse por falta de recursos essenciais.
Como a Força Aérea Brasileira contribuiu para a defesa do país
A Força Aérea Brasileira (FAB) foi criada em 1941, resultado da fusão das aviações naval e do Exército. A FAB, junto com a Marinha, foi fundamental na defesa litorânea do Brasil, especialmente contra a ameaça de submarinos alemães.
Apesar de inicialmente despreparada, a FAB recebeu treinamento e equipamentos dos Estados Unidos, permitindo uma atuação mais eficaz.
A cooperação entre a FAB e a Marinha foi coordenada pela Quarta Esquadra Naval dos EUA, com base em Recife. Essa parceria foi essencial para impedir que a marinha alemã interrompesse as redes de comunicação e abastecimento brasileiras, garantindo que o país continuasse a operar durante a guerra.