A atriz Fernanda Torres deixou claro o respeito e consideração que tem pelos evangélicos em um recente episódio do programa Roda Viva exibido na segunda-feira, 8 de janeiro. A declaração vem em resposta a um antigo episódio do mesmo programa, realizado em 1992, onde a atriz afirmou ter “preconceito contra crente”.
Fernanda Torres reconsiderou sua posição e fez questão de se retratar. “Jamais repetiria isso hoje. Os evangélicos ocuparam um lugar que o estado não ocupou. Eu acho triste que demonizam as religiões de matriz africana, acho triste isso no Brasil. Eu lutaria por um culto evangélico que fosse sincretista”, declarou a atriz.
Críticas ao discurso moralista e a violência na sociedade
A atriz também criticou o discurso moralista que, segundo ela, os evangélicos adotaram. Ela ainda ressaltou a crescente violência e a falta de utopia na sociedade atual.
“Essas pessoas vieram com um discurso moral. Seus amigos podem beber e fazer tudo que não são presos. O intelectual libertário, hoje em dia, é privilégio de alienado. Não é que o mundo ficou mais careta, o mundo ficou mais violento, menos utópico”, pontuou Torres.
O papel dos brancos no combate ao racismo
A atriz Fernanda Torres refletiu durante o programa sobre o papel das pessoas brancas no combate ao racismo. Para ela essa luta não está clara, enquanto os negros sabem bem o querem. Nesse ponto, engrandeceu a figura do rapper Mano Brown.
“Quem está meio perdido hoje é esse branco libertário, pessoas como eu, e também do ponto de vista intelectual. Eu olho o programa do Mano Brown, ele sabe o que quer, o que está fazendo. Hoje, o povo fala por si. O Mano Brown vai lá e faz aquele programa educativo, ouço o Silvio Almeida falar. Aí me pergunto: o que faço com a minha liberdade? Eles estão achados. Quem está perdido somos nós”, refletiu a atriz.
Fernanda Torres e suas icônicas personagens na televisão
Já na parte final do programa, Fernanda Torres teve a oportunidade de falar sobre alguns de seus personagens mais marcantes na televisão. Particularmente as personagens Vani e Fátima das séries ‘Os Normais’ e ‘Tapas e Beijos’ respectivamente, ambas da TV Globo, que até hoje são lembradas e reverenciadas pelo público nas redes sociais.
“Elas são ótimas. ‘Os Normais’ eu olhei e me achei nova, super forte o que foi a Vani e o Rui. Já na ‘Tapas e Beijos’, olhei para a Fátima e achei aquilo uma obra-prima. Elas são duas mulheres com os seus problemas e respectivos parceiros. É incrível porque ‘Os Normais’ hoje não seria possível. Eles saíam e iam namorar, não tinha traição. Eram coisas de uma liberdade que os jovens não têm mais”, compartilhou a atriz.