Recentes estudos realizados por cientistas brasileiros trouxeram à tona preocupantes níveis de contaminação em espécies marinhas ao longo do litoral do Brasil. Publicados na revista Science of the Total Environment, esses estudos levantam questões significativas sobre a segurança alimentar e os impactos ambientais nas águas costeiras do país.
Os resultados revelaram que tanto o cação, encontrado no Rio de Janeiro, quanto o camarão-sete-barbas, pescado em São Paulo, apresentam sinais alarmantes de poluição. Esses achados destacam a necessidade urgente de abordar a contaminação marinha e suas consequências para a saúde humana e o ecossistema.
Riscos da contaminação em cações
Pesquisas focadas nos tubarões-bico-fino, uma espécie de cação que habita as águas costeiras do Rio de Janeiro, revelaram concentrações preocupantes de substâncias tóxicas em amostras de músculos e fígados desses animais.
As análises cromatográficas com espectrometria de massa, realizadas em 13 amostras de peixes obtidas de pescadores locais, evidenciaram a presença de contaminantes que podem afetar a saúde dos fetos de fêmeas grávidas.
Como os microplásticos afetam os camarões paulistas
Outro estudo, conduzido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), revelou a presença de microplásticos em até 90% dos camarões-sete-barbas analisados e pescados no litoral de São Paulo.
Essa descoberta levanta preocupações sobre os potenciais riscos à saúde humana e os impactos ecológicos significativos.
Os microplásticos representam uma ameaça não apenas à vida marinha, mas também à cadeia alimentar humana. A pesquisa busca entender as consequências dessa contaminação para o ecossistema marinho e os consumidores, enquanto a comunidade científica trabalha para desenvolver soluções que possam mitigar esses cenários preocupantes de poluição.