Diante da iminente quebra de safra histórica em Mato Grosso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) anunciou a adoção de medidas excepcionais para lidar com as consequências desse cenário desafiador. Um levantamento realizado pela agtech A de Agro revelou que dez municípios no estado enfrentam um risco considerado “muito alto” de quebra na safra de 2023/24. Essas localidades, situadas entre o oeste e o norte de Mato Grosso, são particularmente afetadas pela seca intensificada pelo fenômeno climático El Niño.
Os municípios identificados como de “risco muito alto” e “risco alto” representam 28% da produção de soja no estado, indicando possíveis perdas de pelo menos 4% na colheita de oleaginosas no próximo ciclo. A situação torna-se ainda mais preocupante quando consideramos que essa região contribui significativamente para a produção de soja em Mato Grosso, um importante polo agrícola no Brasil.
A tecnologia desempenha um papel crucial na identificação e análise desses riscos. A agtech A de Agro utiliza uma ferramenta chamada rural.uno, baseada em imagens de satélite e inteligência artificial, para avaliar o Índice de Quebra (IQ) da Safra de Soja. Esse índice, em versão beta, varia de 0.0 a 1.0, sendo que valores mais próximos de 1.0 indicam um maior risco de quebra. O modelo busca compreender e monitorar o comportamento das plantas e do clima ao longo da safra, considerando eventos anteriores e variáveis ambientais conhecidas.
O levantamento revela não apenas o risco de quebra, mas também a possibilidade de atraso no plantio em mais de 10% das áreas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, devido às condições climáticas adversas relacionadas ao El Niño. Caso essas condições persistam, a região Centro-Oeste pode enfrentar uma quebra de safra atípica, destacando a importância de medidas preventivas e de adaptação.
Os municípios de Mato Grosso identificados com maior potencial de quebra de safra são motivo de especial preocupação, com destaque para Diamantino, que enfrenta a previsão mais crítica, indicando uma possível perda de aproximadamente 30% na produção de soja. Essa situação, se confirmada, terá impactos significativos na economia local e na oferta de alimentos.
Diante desse contexto desafiador, é essencial que autoridades, produtores e comunidades estejam preparados para enfrentar os impactos da quebra de safra, adotando medidas emergenciais e estratégias de gestão que possam minimizar as perdas e preservar a segurança alimentar na região. O monitoramento contínuo das condições climáticas e o uso de tecnologias inovadoras são ferramentas valiosas nesse esforço coletivo para mitigar os efeitos adversos na agricultura.