A recente descoberta de um exoplaneta batizado de Gliese 12 b reacende as esperanças na busca de planetas parecidos com a Terra e, quem sabe, na existência de vida extraterrestre. Esta descoberta foi realizada por uma equipe internacional de astrônomos trabalhando dentro do Programa Estratégico Subaru InfraRed Doppler. O planeta foi detectado a apenas 40 anos-luz da Terra.
A iniciativa astronômica busca mundos especificamente na zona habitável de anãs vermelhas. Utilizando uma combinação de telescópios de última geração e outras técnicas de observação, como o método de trânsito e a espectroscopia de transmissão atmosférica, os cientistas conseguiram identificar o exoplaneta.
O que torna Gliese 12 b Promissor na Busca por Vida Extraterrestre?
O exoplaneta descoberto orbita uma estrela chamada Gliese 12, uma anã vermelha que é tradicionalmente mais fria, menor e mais numerosa no Universo do que estrelas tipo G, como o nosso Sol. A preferência por buscar vida em planetas que orbitam anãs vermelhas se deve ao fato de que a zona habitável está mais próxima da estrela, permitindo variações mais perceptíveis na luz da estrela devido às suas órbitas rápidas.
Gliese 12 b possui características que o tornam particularmente interessante para os cientistas:
- Massa de 3,87 Terras, configurando-o oficialmente como uma Superterra
- Raio muito parecido com o da Terra, correspondente a 96% do raio terrestre
- Localização próxima à borda interna da zona habitável da estrela
O Que É Necessário Para um Exoplaneta Ser Considerado Semelhante à Terra?
Uma das características que torna Gliese 12 b promissor é sua temperatura, que pode permitir a existência de água líquida, um requisito essencial para a habitabilidade. Além disso, sua proximidade relativa com a Terra facilita métodos de observação mais detalhados, tornando-o um candidato ideal para a chamada espectroscopia de transmissão atmosférica.
Outros fatores essenciais para determinar a habitabilidade de um exoplaneta incluem composição atmosférica, efeito estufa, e presença de nuvens. No caso de Gliese 12 b, seu período orbital é de apenas 12,8 dias terrestres, fazendo com que ele receba muita luz estelar, semelhante ao que a Terra e Vênus recebem do Sol.
Como a Espectroscopia de Transmissão Atmosférica Pode Revelar Segredos Sobre Gliese 12 b?
O grande diferencial de Gliese 12 b é sua relativa proximidade com a Terra, o que facilita alguns métodos de observação mais detalhados. Espectroscopia de transmissão atmosférica é uma técnica que consiste na observação da luz estelar que passa pela atmosfera do exoplaneta durante o seu trânsito. Ao observar essa luz dividida em diferentes comprimentos de onda, cientistas podem identificar a presença de gases vitais na atmosfera do planeta, como oxigênio, água, metano e dióxido de carbono.
Esses “vazios” no espectro da luz permitem aos cientistas identificar os diferentes elementos atmosféricos de Gliese 12 b, proporcionando informações cruciais sobre seu ambiente de superfície potencialmente habitável.
Gliese 12: Uma Anã Vermelha Inativa
Outro detalhe a favor do exoplaneta recém-descoberto são as características de sua estrela. Diferente da maioria das anãs vermelhas, que exibem fortes campos magnéticos e flares estelares violentos, a anã vermelha de Gliese 12 b é anormalmente inativa. Isso cria condições muito menos danosas aos seus planetas, tornando Gliese 12 b um candidato ainda mais atrativo para futuras observações e estudos astronômicos.