Quem sempre olha para o céu estrelado com fascínio, é provável que já tenha contemplado a ausência de uma constelação feminina que leve nossos pensamentos ao imaginário grego. Falo aqui da alucinante constelação Hidra Fémea, nome que remete ao monstro serpente de nove cabeças do mito de Hércules. Herraricamente localizada no sul, seus enigmas astronômicos perpetuam uma mágica envolvente no universo da astronomia.
A Hidra Fémea era um desafio no caminho de Hércules, monstro mitológico grego que derivou monstros como Câncer, o Caranguejo. Num embate monumental, Hércules, mesmo atacado, logrou vencer. O contemporâneo dessa época, Juno, reconheceu a coragem do caranguejo, colocando sua figura no céu, um símbolo de bravura que vivem até hoje em nossa constelação.
As curiosidades da Constelação Hidra Fémea
Historicamente, astrônomos como Joseph Lalande tentaram acabar com a figura de serpente que marca a Hidra. Lalande dedicou-se a criar uma nova constelação em 1805, denominada Félix, o Gato, formada pelas estrelas de Hidra e Antlia. Mesmo assim, a imponente Hidra continua dominando o céu, fazendo jus ao seu nome ao serpentear pelas estrelas.
É importante ressaltar que, por ser composta principalmente de estrelas pouco brilhantes, a Hidra não figura entre as constelações mais visíveis e óbvias de se encontrar. No entanto, isso não retira o seu fascínio, pelo contrário, adiciona um toque de mistério à sua existência cósmica.
Quais são os principais objetos e estrelas da constelação da Hidra Fémea?
Observar a Hidra Fémea e todos seus fascinantes componentes une os entusiastas da astronomia. NGC 3242, também conhecida como Nebulosa Fantasma de Júpiter, garante a atenção com sua magnitude de 8,6, enquanto M 48, um objeto Messier, também cativa o interesse. Espetacularmente, temos a M 83, uma galáxia em espiral com magnitude 8 que possui impressionantes três braços em remoinho.
Importante mencionar ainda a R Hydrae e V Hydrae. A primeira é uma variável conhecida que teve suas mudanças de luz observadas pela primeira vez nos finais de 1600. Já a V Hydrae é uma gigante vermelha de baixa temperatura que produz carbono, cuja magnitude varia entre 6 e 12 com impressionantes dois períodos sobrepostos, um de dezoito meses e outro de dezoito anos.
Ao longo da história, a constelação Hidra Fémea tem proporcionado um espetáculo celestial para astrônomos e amantes de mitologia grega por igual. Embora sua presença seja um tanto oculta no céu devido à sua composição de estrelas de baixa luminosidade, o seu encanto permanece inegável. Nos dias que se seguem, podemos apenas esperar mais descobertas e insights fascinantes sobre este corpo celestial sem igual.