A América do Sul enfrenta a possibilidade de um verão repleto de eventos climáticos extremos devido ao fenômeno conhecido como “Super El Niño”. As águas do Oceano Pacífico atingiram uma temperatura 2,1°C acima do padrão na faixa Equatorial Centro-Leste, marcando o maior aquecimento desde 2016, quando a temperatura ultrapassou 2,6°C. Essa informação é proveniente da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), o principal órgão monitorador desse fenômeno climático.
As previsões indicam que este El Niño pode ser muito forte, embora o termo “Super El Niño” seja usado com cautela pelos especialistas. A classificação do fenômeno varia de acordo com a intensidade do aquecimento das águas, sendo considerado fraco entre 0,5°C e 0,9°C, moderado entre 1,0°C e 1,4°C, forte entre 1,5°C e 2°C, muito forte acima de 2°C e “Super El Niño” acima de 2,5°C.
Alexandre Nascimento, meteorologista da Nottus, adverte sobre o uso precipitado do termo “Super El Niño”. Ele destaca que, mesmo com as atuais condições superiores a 2°C, é considerado muito forte, mas não atinge o patamar de “Super”. Em 2015/16, por exemplo, o fenômeno atingiu momentos de até 4°C acima do normal.
O especialista ressalta que, após o fenômeno alcançar valores acima de 2,0°C de anomalia, é improvável que mantenha a mesma intensidade inicial, causando novos extremos de chuvas e secas no Brasil. Alexandre Nascimento enfatiza que, por enquanto, a combinação de diversos fatores não favorecerá ondas de calor significativas, e a seca no centro-norte do país deve diminuir gradualmente nas próximas semanas.
Portanto, as previsões indicam que o El Niño não se transformará em um “Super” El Niño nos próximos meses. Seu pico de intensidade está previsto para ocorrer entre dezembro e janeiro, mantendo a anomalia entre 2,1°C e 2,5°C.