A pesquisa realizada com o apoio da JBS revelou avanços significativos na redução das emissões de gases de efeito estufa na pecuária, especialmente no que diz respeito ao metano entérico liberado pelo processo digestivo do gado. No evento da COP28, em Dubai, Sheila Guebara, líder de Ações Climáticas da JBS Brasil, destacou os investimentos e parcerias da companhia com a academia como parte essencial de sua abordagem.
A JBS estabeleceu um acordo com o Instituto de Zootecnia da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, visando explorar o potencial de aditivos alimentares na redução das emissões dos bovinos. O estudo resultante apontou que o aditivo à base de mistura de taninos e saponinas, denominado SilvaFeed BX, reduziu as emissões em até 17% para o gado de corte confinado.
Entre 2019 e 2022, a implementação dessa dieta inovadora evitou a emissão de mais de 30,2 mil toneladas de dióxido de carbono (CO₂) equivalente nos confinamentos da JBS. Esse impacto ambiental positivo é comparável a retirar de circulação cerca de 24 mil carros a gasolina ou plantar mais de 2 mil árvores durante o mesmo período, ressaltou Sheila.
A metodologia desenvolvida no estudo permitirá que a JBS e outras empresas do setor registrem a redução de emissões em seus balanços de Gases de Efeito Estufa (GEE) no futuro. Essa abordagem estratégica não apenas beneficia a JBS, mas também estabelece um padrão para a indústria em termos de responsabilidade ambiental.
Os pesquisadores do Centro de Neutralidade Climática em Gado de Corte em Regiões Tropicais do Instituto de Zootecnia conduziram o estudo monitorando os animais no confinamento da JBS em Guaiçara, interior de São Paulo. Outros projetos de pesquisa em escala comercial no Brasil incluem a investigação de eficácia de diferentes aditivos alimentares, como o capim-limão, na redução do metano entérico.
Além das pesquisas relacionadas à dieta dos animais, a JBS Brasil tem focado em melhorias na cadeia de fornecimento para aumentar a produtividade, reduzir o tempo de criação do gado e, consequentemente, diminuir a intensidade das emissões. A colaboração com a Greener Cattle Initiative nos Estados Unidos e o Programa AgNext da Colorado State University demonstram o compromisso da JBS em promover práticas sustentáveis na produção de carne bovina e leite.
Em paralelo, a empresa direciona esforços para lidar com as emissões de suas operações industriais, investindo globalmente mais de R$ 220 milhões em projetos de captura de metano. Esses projetos, presentes em 14 fábricas nos Estados Unidos e Canadá, geram 190 mil m³/dia de biogás, reduzindo a procura externa de gás natural em 20% e evitando a emissão de 650.000 toneladas/ano de GEE.
Na Austrália, a JBS colabora com a Energy360 em projetos de biogás com potencial para eliminar a emissão de 60 mil toneladas de CO2 e economizar AUD$ 2 milhões anualmente em despesas com gás natural. Essa iniciativa, somada aos projetos no México e aos esforços no Brasil, reflete o comprometimento global da JBS em reduzir impactos ambientais.
Os investimentos de R$ 54 milhões em nove instalações da Friboi no Brasil, com a captura de metano por meio de sistemas de tratamento de efluentes, destacam-se como o maior projeto de captura de emissões de metano industrial no setor produtivo de proteínas brasileiro. Essa iniciativa contribui significativamente para a redução do impacto ambiental das operações da JBS no país, além de aumentar a produção de energia renovável.
A JBS reforça seu compromisso com energias limpas e renováveis, tendo como meta alcançar 60% de matriz elétrica proveniente de fontes renováveis até 2030 e 100% até 2040. Atualmente, 43% da matriz elétrica global da empresa é proveniente de fontes renováveis, com percentuais ainda mais expressivos no Brasil e na Pilgrim’s UK. As iniciativas recentes, como o abastecimento de lojas da Swift com energia elétrica produzida por geradores de biogás, demonstram a implementação prática desse compromisso nos diferentes setores de atuação da JBS.