Anticristianismo é um termo que se refere ao medo, aversão, ódio ou preconceito contra os cristãos, a religião cristã ou suas práticas. Muitas vezes, esse sentimento é designado como cristofobia ou cristianofobia, includindo todas as formas de discriminação e intolerância contra os cristãos, como afirma o Conselho das Conferências Episcopais Europeias. Em alguns casos, isso pode levar à perseguição dos cristãos.
Este movimento anticristianista busca construir uma sociedade alternativa à cristã, baseada em valores não-cristãos. Ele pode ser encontrado em religiões e formas espirituais alternativas, numa ciência cética, ou ainda incorporando os movimentos pagãos, místicos diversos, thelêmicos, satanistas, neo-pagãos helênicos ou new ages. É importante notar que o movimento anticristianista filosófico e intelectual não deve ser confundido com outras vertentes.
O anticristianismo no início do cristianismo
O sentimento anticristão iniciou-se quase simultaneamente com o nascimento do cristianismo, já no Império Romano durante o primeiro século. O crescimento constante do movimento cristão era visto com desconfiança tanto pelas autoridades quanto pelo povo de Roma. Isso resultou na perseguição dos cristãos no Império Romano. Durante o século II, o cristianismo foi visto como um movimento negativo por duas perspectivas: as acusações feitas aos adeptos da fé cristã segundo os princípios defendidos pela população romana e a polêmica intelectual que surgiu naquela época.
Aumento acentuado de crimes anti-cristãos na Europa preocupa
Na última quinta-feira (16), o Observatório sobre Intolerância e Discriminação contra Cristãos na Europa (OIDAC) divulgou um relatório alarmante. O estudo mostra que o número de crimes de ódio contra cristãos na Europa teve um aumento significativo. Em 2022, em 30 países europeus, foram registrados 748 casos, uma alta de 44% em comparação aos 519 casos reportados em 2021.
As igrejas, monumentos arquitetônicos de grande importância para comunidades cristãs, têm sido um foco de ataque ainda mais intenso. O número de incêndios criminosos a estes espaços sagrados passou de 60, em 2021, para 105 em 2022, representando uma alarmante alta de 75%.
Quem são os responsáveis pelos ataques?
Anja Hoffmann, diretora executiva do OIDAC, em sua declaração, aponta para um aumento do extremismo por trás desses crimes. Segundo ela, enquanto antes os motivos de tais ataques eram obscuros, agora se percebe que mais criminosos deixam mensagens de ódio que revelam motivações extremistas. Muitas vezes, esses criminosos são indivíduos radicalizados, membros de grupos ideológicos, políticos ou religiosos que seguem uma narrativa anti-cristã.
Quem está por trás destes crimes?
De acordo com o relatório, os atos violentos de ódio contra cristãos são executados principalmente na Alemanha, seguida pela França, Itália e Reino Unido. No entanto, é importante ressaltar que, além dos incêndios criminosos, outras formas de hostilidade registram-se, como grafites, profanação de locais cristãos, ataques físicos, insultos e ameaças. Segundo o OIDAC, mais crimes agora têm uma motivação extremista identificável.
Anja Hoffmann, diretora executiva do grupo de pesquisa, em sua declaração, explicou que “No passado, os motivos por trás do vandalismo ou profanação de igrejas geralmente permaneciam obscuros. Agora, notamos que, cada vez mais, os perpetradores deixam mensagens que revelam uma motivação extremista, ou até mesmo reivindicam com orgulho a autoria dos crimes cometidos nas redes sociais.”
O que diz realmente o relatório do OIDAC?
O documento aponta que, embora significativos, esses números representam uma queda considerável em relação ao ano anterior. Em 2020, houve registro de 981 crimes de ódio contra cristãos na Europa. O vandalismo direcionado a organizações e igrejas cristãs foi apontado como o tipo de crime mais frequente, com aproximadamente 300 casos relatados, seguido de furtos de objetos religiosos e agressões físicas ou ameaças.
Qual é o impacto para a liberdade religiosa?
De acordo com o OIDAC, a queda desses crimes não significa que a liberdade religiosa deixou de ser ameaçada na Europa. Especialmente para os cristãos, a ameaça vem do relativismo, uma visão de mundo dominante no Ocidente. “O relativismo desenvolveu seu próprio dogma rígido e absolutista, que, em nome de uma falsa tolerância, não tolera oposição”, explicou Todd Huizinga, pesquisador sênior para a Europa.
Nesse contexto, as visões tradicionais da maioria das religiões, incluindo o cristianismo, são vistas como negação dos direitos humanos às minorias sexuais do movimento LGBT e pessoas com identidade de gênero fluida. E, assim, a preservação da fé cristã se torna um alvo frequente de ataques e discursos intolerantes.
Como a situação pode melhorar na Europa?
Para combater este cenário, é necessário valorizar mais intensamente os direitos humanos à liberdade de expressão, reunião, religião e crença. Afinal, essa hostilidade diante do cristianismo fere não só o fator religioso, como também prejudica a democracia de um modo geral.
O relatório culmina em um apelo aos governos europeus e organizações supranacionais para que se empenhem em garantir a convivência respeitosa e a liberdade de cren