A mais recente revelação científica trazida por astrônomos chineses lança luz sobre um sistema estelar binário extraordinário, apresentando a menor estrela já detectada no vasto Universo. O estudo, conduzido pela equipe do professor Xiaofeng Wang, da Universidade Tsinghua em Pequim, foi publicado na revista Nature Astronomy em 9 de fevereiro.
O sistema binário, denominado TMTS J0526, é composto por uma estrela anã branca, J0526A, que orbita uma estrela subanã em um notável período de 20,5 minutos. Esta descoberta excepcional foi possível graças ao Telescópio de Levantamento da Universidade Tsinghua-Ma Huateng (TMTS), que capturou imagens impressionantes do sistema a aproximadamente 2,7 mil anos-luz da Terra.
A estrela subanã, carinhosamente apelidada de J0526B, apresenta um tamanho sete vezes maior que o da Terra e é menor que o planeta Saturno, tornando-se a estrela com o menor volume conhecido. A complexidade deste sistema revela deformações na estrela maior devido às forças gravitacionais exercidas pela companheira mais compacta e menos luminosa.
Embora a estrela anã branca J0526A seja invisível aos telescópios convencionais, os astrônomos conseguiram identificá-la devido à sua densidade extrema, evidenciada pela deformação da estrutura esférica da estrela subanã para uma forma oval. Esta observação confirma uma teoria proposta por astrônomos chineses há duas décadas, que previa a existência de estrelas diminutas e leves originadas a partir da troca de massa dentro de sistemas binários.
O telescópio TMTS, equipado com quatro instrumentos ópticos, desempenhou um papel crucial nessa descoberta ao procurar objetos transitórios no céu noturno. Construído em 2019 no Observatório Xinglong, próximo a Pequim, com financiamento da Universidade de Tsinghua e da Fundação Ma Huateng, o TMTS gerou dados fotométricos de mais de 27 milhões de estrelas no ano passado.
A rapidez na variação de brilho do sistema binário TMTS J0526 destacou-o entre os milhões de sistemas observados, chamando a atenção dos pesquisadores para estudos mais detalhados. Agora, a equipe de pesquisa aguarda ansiosamente a próxima geração de detectores de ondas gravitacionais que estão sendo construídos na Europa e na China. A perspectiva é explorar se o sistema emite ondas gravitacionais na frequência de milihertz, oferecendo novos insights sobre as complexidades do cosmos. Este avanço abre portas para uma compreensão mais profunda da diversidade estelar e dos processos cósmicos que moldam o Universo.