Brasil não conseguiu autorização para tirar asilados da Venezuela
O governo brasileiro se pronunciou sobre a retirada de opositores venezuelanos da embaixada argentina em Caracas. O episódio, que envolveu a saída de cinco asilados, gerou repercussões internacionais e levantou questões sobre as relações entre Brasil, Venezuela e Estados Unidos.
Os asilados, que estavam sob proteção do Brasil na embaixada argentina desde março de 2024, conseguiram deixar a Venezuela sem que o governo de Nicolás Maduro concedesse salvo-conduto. A operação foi anunciada pelo governo dos Estados Unidos. Regime da Venezuela diz ter negociado saída de opositores que estavam asilados.
Como ocorreu a retirada dos asilados
A retirada dos opositores venezuelanos da embaixada argentina foi descrita como uma “operação de extração”. No entanto, os detalhes sobre como essa operação foi conduzida permanecem obscuros. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, revelou que os asilados já estavam em solo norte-americano, mas não forneceu informações específicas sobre o procedimento de retirada.
Durante o período em que estiveram na embaixada, os asilados enfrentaram dificuldades, como a restrição de entrada de alimentos e medicamentos. O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, buscou negociar com o regime de Maduro para garantir o acesso a necessidades básicas, mas sem sucesso.
Posição do governo brasileiro
O Itamaraty destacou que vinha trabalhando por meio de canais diplomáticos para resolver a situação dos asilados. Desde abril do ano anterior, o Brasil tentava obter salvo-conduto para os opositores, mas as tentativas não foram atendidas.
A situação humanitária na embaixada argentina era preocupante, com a residência cercada por forças de segurança venezuelanas.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou nesta quarta-feira (7) que só soube da operação do governo dos Estados Unidos após a saída dos opositores.
“O governo brasileiro tomou conhecimento, na noite de ontem, da saída dos venezuelanos que se encontravam asilados na residência da embaixada da Argentina em Caracas, desde março do ano passado”, afirmou o Itamaraty.