Benefícios sociais atingiram recorde no Brasil no ano passado
Nos últimos anos, os programas sociais no Brasil, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), desempenharam um papel crucial na mitigação da pobreza e na redução das desigualdades sociais. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve um aumento significativo nos rendimentos provenientes desses programas entre 2019 e 2024.
O valor médio dos rendimentos de programas sociais atingiu R$ 836 em 2024, marcando um crescimento de 72,7% em relação a 2019. Este aumento reflete não apenas o reajuste dos benefícios, mas também a ampliação do número de beneficiários.
Atualmente, cerca de 9,2% da população brasileira, ou 20,1 milhões de pessoas, recebem rendimentos de programas sociais, um aumento em relação aos 6,3% registrados em 2019.
Importância dos programas sociais para a população brasileira
Os programas sociais são fundamentais para garantir uma renda mínima às famílias em situação de vulnerabilidade. Em 2024, os rendimentos provenientes desses programas representaram 3,8% do rendimento domiciliar médio no Brasil.
Embora essa porcentagem possa parecer pequena, ela é crucial para as regiões Norte e Nordeste, onde a dependência desses programas é significativamente maior, atingindo 8,2% e 9,4%, respectivamente.
No Norte e Nordeste, o Bolsa Família é particularmente importante, compondo cerca de um terço dos rendimentos de programas sociais. Nessas regiões, onde os rendimentos médios são os mais baixos do país, o Bolsa Família atua como um suporte essencial para muitas famílias.
Como os rendimentos variam entre as regiões do Brasil
As disparidades regionais no Brasil são evidentes quando se analisa o rendimento médio per capita. A região Nordeste possui o menor valor per capita entre os 40% da população com os menores rendimentos, com R$ 408, seguida pela região Norte com R$ 444.
Em contraste, a região Sul apresenta o maior rendimento médio, com R$ 891, seguida pelas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Entre 2023 e 2024, a região Sul destacou-se pelo aumento no valor médio dos benefícios de programas sociais, atingindo R$ 939. Esse crescimento pode ser atribuído, em parte, a programas sociais temporários criados em resposta a desastres naturais, como as enchentes que afetaram a região.