Ayahuasca: conheça o chá alucinógeno que pode te causar visões místicas

A ayahuasca, uma bebida de origem amazônica, ganhou projeção internacional ao ser utilizada em rituais indígenas para promover a expansão da consciência. 

Composta pela combinação do cipó mariri e das folhas de chacrona, a bebida é tradicionalmente consumida em cerimônias que visam a introspecção e o autoconhecimento. Contudo, a crescente popularização da ayahuasca, especialmente como destino turístico, levanta questões sobre os riscos potenciais de seu uso de forma indiscriminada.

No Brasil, o uso da ayahuasca é autorizado pelo Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad) apenas em contextos religiosos, mas sua crescente procura fora dessa esfera tem despertado preocupações. 

Especialistas alertam para possíveis efeitos adversos, especialmente entre pessoas com predisposições neurológicas ou que estejam sob medicação, podendo resultar em sérios problemas de saúde.

Quais são os riscos associados ao consumo de ayahuasca?

O consumo da ayahuasca pode apresentar uma série de riscos para a saúde, principalmente para indivíduos predispostos a certas condições.

A bebida possui efeitos psicotrópicos, similares ao do LSD, devido às suas substâncias ativas que atuam no sistema nervoso central. Para aqueles que sofrem de epilepsia ou transtornos mentais como esquizofrenia, o chá pode desencadear convulsões ou crises psicóticas. Além disso, a interação da ayahuasca com antidepressivos pode potencializar efeitos adversos, levando a convulsões.

As contraindicações para o uso da ayahuasca são amplas. Incluem desde pessoas com doenças neurológicas, até pacientes hipertensos ou cardiopatas. Crianças, idosos, grávidas e lactantes também devem evitar o consumo, dada a vulnerabilidade de seus sistemas nervosos. A falta de padronização na preparação da bebida torna o controle dos seus efeitos ainda mais complexo.

A ayahuasca pode ajudar no tratamento de depressão?

Um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) demonstrou melhora significativa nos sintomas de depressão em pacientes que consumiram a ayahuasca. No entanto, a resposta positiva foi observada apenas em um ambiente controlado, e o uso fora desses parâmetros pode não ter os mesmos resultados.

A questão da segurança e da dosagem adequada permanece em aberto, dado que a bebida não é padronizada. Enquanto alguns indivíduos apresentam melhora dos sintomas depressivos, os riscos associados ao seu consumo necessitam ser cuidadosamente considerados, vez que a bebida ainda pode provocar efeitos adversos significativos no organismo.

O que dizem os especialistas sobre o uso da ayahuasca?

A opinião entre especialistas é dividida. Enquanto algumas pesquisas apontam para a eficácia da ayahuasca em condições psiquiátricas complexas, outros profissionais são enfáticos ao sublinhar os riscos potenciais. 

Além disso, há um fenômeno conhecido como “transtorno de percepção persistente”, que pode ocorrer meses após o consumo da bebida e causar experiências alucinatórias duradouras. Essa condição ilustra a complexidade das reações individuais à ayahuasca e a importância de se tratar a questão com seriedade.

Embora a ayahuasca possua uma longa tradição de uso entre povos indígenas e mostre potencial promissor em tratamentos psiquiátricos modernos, é crucial balancear o respeito por seus usos culturais com a compreensão dos possíveis impactos para a saúde, garantindo que seu uso seja feito de maneira segura e responsável.

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