Anvisa muda regras: Ozempic só com receita retida

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tomou uma decisão importante em relação à prescrição de medicamentos conhecidos como “canetas emagrecedoras”. Estes medicamentos, originalmente desenvolvidos para o tratamento de diabetes, têm sido amplamente utilizados para a perda de peso.

A decisão, que entrará em vigor 60 dias após sua publicação no Diário Oficial da União, visa reforçar o controle sobre a prescrição e venda desses medicamentos, que atualmente são vendidos sob tarja vermelha, exigindo receita médica.

A medida foi impulsionada por preocupações levantadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que destacou a necessidade de um controle mais rigoroso na prescrição desses medicamentos. A Anvisa, em seus votos, enfatizou a importância de proteger a população do uso inadequado e potencialmente perigoso desses produtos. 

Por que o controle é necessário?

A obesidade é um problema de saúde global que afeta mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo. No Brasil, mais da metade da população adulta enfrenta obesidade ou sobrepeso. Este cenário complexo envolve fatores genéticos, sociais, culturais, econômicos e ambientais.

A obesidade está associada a diversas complicações de saúde, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, e reduz a expectativa de vida.

Os medicamentos para emagrecimento, como os que contêm semaglutida, têm mostrado eficácia na redução de peso, alcançando resultados comparáveis aos da cirurgia bariátrica. No entanto, o uso indiscriminado e sem orientação médica pode acarretar riscos significativos à saúde.

Por isso, o controle rigoroso na prescrição é fundamental para garantir que apenas pacientes que realmente necessitam tenham acesso a esses tratamentos.

Como funcionam os inibidores de apetite?

Os medicamentos para emagrecimento, como Ozempic e Wegovy, têm como princípio ativo a semaglutida. Esta substância imita a ação do hormônio GLP1, que é produzido naturalmente no intestino. A semaglutida atua em várias áreas do corpo, incluindo o hipotálamo, que controla a saciedade, o fígado, onde reduz a produção de glicose, e o pâncreas, estimulando a produção de insulina.

Apesar de prometerem uma perda de até 17% da massa corporal em um ano, esses medicamentos devem ser usados com cautela. O uso inadequado pode levar a efeitos colaterais e complicações de saúde. É crucial que o tratamento seja acompanhado por um profissional de saúde qualificado.

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