Sabia que o programa Voyager da NASA, iniciado em 1977, continua proporcionando informações valiosas sobre o nosso sistema solar e além? Pois é, estas sondas pioneiras, Voyager 1 e 2, foram originalmente concebidas para estudar os planetas Júpiter e Saturno, bem como as suas respectivas luas. No entanto, a sua missão foi expandida para incluir as primeiras explorações de Urano e Netuno e o estudo do espaço além da órbita de Plutão.
Depois de cumprir os seus objetivos iniciais no sistema solar, o programa Voyager deu início a uma nova missão em 1990, chamada Missão Interestelar Voyager. Ambas as sondas, em 2004 e 2007 respectivamente, deixaram a região do sistema solar conhecida como heliosfera e entraram na heliosheath, a fronteira do nosso sistema solar com o espaço interestelar.
A Origem das Sondas Voyager
As sondas Voyager têm uma história bastante interessante. Elas nasceram do Programa Mariner, sendo originalmente chamadas Mariner 11 e Mariner 12. Contudo, devido a significativas diferenças com o projeto inicial, renomearam o programa para Programa Voyager.
Estas sondas representam uma versão reduzida por restrições orçamentárias do programa Planetary Grand Tour, que nos anos 1960 e 1970 tinha como objetivo explorar todos os planetas exteriores. Apesar das restrições, o programa Voyager cumpriu quase todos os seus objetivos. A única exceção foi Plutão, que na época ainda era reconhecido como planeta pela União Astronômica Internacional.
As Sondas Voyager estão deixando o Sistema Solar?
Pois é, segundo relatórios da NASA, as sondas estão a deixar nosso Sistema Solar a velocidades de 17 km/s (Voyager 1) e 15 km/s (Voyager 2). Elas continuam ativas, com vários instrumentos coletando preciosas informações sobre a heliosfera e a Heliosheath enquanto se aproximam do espaço interestelar. A Voyager 1 levará 40 000 anos para passar a uma distância de 1, 6 anos-luz da estrela AC+79 3888, enquanto a Voyager 2 passará perto de Sirius, a estrela mais brilhante do céu, daqui a 296 000 anos.
É fascinante pensar que, mesmo depois que os geradores das sondas parem de fornecer energia elétrica por volta de 2020, eles continuarão a cumprir a sua última missão: levar mensagens da Terra para os confins da Via Láctea. Essas mensagens estão gravadas num disco de cobre banhado a ouro, contendo a localização da Terra em relação a 14 pulsares, instruções de como reproduzir 115 imagens da Terra, saudações em 55 idiomas, sons de trovões, pássaros, música e muitos outros sons da Terra.
Considerando tudo isso, é fácil entender o porquê das sondas Voyager serem um marco na história da exploração espacial. Através do seu programa, a NASA deu um importante passo em direção ao desconhecido, criando um legado que vai durar milhares de anos.