A inflação oficial brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou uma alta de 0,28% em novembro. Esse aumento foi impulsionado, principalmente, pelo setor de alimentação e bebidas, que registrou uma aceleração dos preços de 0,63% no período, em comparação com os 0,31% observados em outubro. Essa elevação dos preços de alimentos e bebidas foi responsável por 46,4% da variação total do IPCA no mês.
Quando analisamos apenas a alimentação no domicílio, observamos um aumento mais expressivo, passando de 0,27% em outubro para 0,75% em novembro. Esse movimento ascendente nos preços ocorre após quatro meses consecutivos de queda entre junho e setembro, período em que a oferta de alimentos aumentou devido a uma safra recorde.
No mês de novembro, a alta de 0,75% na alimentação no domicílio foi impulsionada por aumentos significativos nos preços de produtos como cebola (26,59%), batata-inglesa (8,83%), arroz (3,63%) e carnes (1,37%). Por outro lado, alguns itens registraram queda, como tomate (-6,69%), cenoura (-5,66%) e leite longa vida (-0,58%).
Já no segmento de alimentação fora do domicílio, a alta de preços foi menos intensa em novembro, atingindo 0,32%, em comparação com os 0,42% registrados em outubro. A refeição teve uma variação de 0,34%, enquanto o lanche apresentou uma variação de 0,20%, próxima à do mês anterior.
As condições climáticas, com temperaturas mais elevadas e volumes mais intensos de chuvas, influenciaram significativamente a produção e colheita de alimentos em novembro, resultando em uma pressão adicional nos preços. Itens sensíveis ao clima, como hortaliças, verduras e cereais, leguminosas e oleaginosas, foram impactados diretamente.
Outro fator relevante para a alta nos preços dos alimentos foi o setor de carnes, que registrou um aumento de 1,37% em novembro. Esse movimento reflete a dinâmica do mercado, com produtores ampliando o número de abates em resposta às altas de preços observadas em 2022. No entanto, a redução da oferta devido a um menor número de matrizes acabou revertendo essa situação.
A inflação oficial acumulada nos últimos 12 meses foi de 4,68%, um valor acima do centro da meta inflacionária estabelecida pelo Banco Central, que é de 3,25% para 2023. Apesar disso, ainda está dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos.