Os agricultores franceses retornaram às ruas de Paris nesta sexta-feira (23), retomando os protestos constantes que vêm ocorrendo desde o ano passado. Essa mobilização ocorre em meio a uma série de manifestações que visam expressar insatisfação em relação aos custos, à burocracia e às regulamentações ambientais enfrentadas pelos produtores rurais na França.
Essa onda de protestos, que havia sido temporariamente suspensa neste mês, voltou a ganhar força, sendo um ponto central de atenção devido à proximidade da abertura de uma grande feira agrícola no sábado (24), que contará com a participação do presidente Emmanuel Macron. Os agricultores alertam o presidente francês de que sua recepção pode ser tensa, destacando preocupações relacionadas a questões agrícolas e demandas não atendidas.
Dezenas de tratores, marcando a presença robusta dos agricultores, entraram na capital francesa, buzinando de maneira ruidosa para chamar a atenção para suas reivindicações. Uma das mensagens em um dos tratores dizia: “Macron, você está plantando as sementes para uma tempestade — cuidado com o que você colherá”.
As promessas do primeiro-ministro
Os motivos que levaram à suspensão temporária dos protestos incluíram promessas do primeiro-ministro Gabriel Attal de implementar novas medidas no valor de 400 milhões de euros. Contudo, os agricultores retomaram as manifestações nesta semana, destacando a necessidade de mais apoio do governo e o cumprimento das promessas feitas anteriormente.
Os protestos agrícolas na França têm refletido uma tendência europeia, com movimentos similares ocorrendo em países como Polônia, Espanha e República Tcheca. Essa insatisfação ganha destaque em um momento em que partidos de extrema-direita, vendo os agricultores como um eleitorado crescente, buscam avanços nas eleições para o Parlamento Europeu. O retorno dos protestos evidencia a persistência das demandas dos agricultores franceses e a complexidade das questões agrícolas que permeiam a sociedade atual.