A discussão sobre a adoração de imagens traz à tona interpretações bíblicas e práticas religiosas divergentes. O segundo mandamento em Êxodo 20:4-5 é explícito ao proibir a criação e adoração de imagens, destacando a exclusividade da adoração a Deus. A idolatria, associada a imagens consideradas inertes e criadas por seres humanos, é veementemente condenada (Jeremias 10:5).
Contudo, surge uma aparente contradição quando observamos práticas da Igreja Católica, que incorpora imagens em seus rituais. A pergunta inevitável é: por que a Igreja Católica adora imagens, indo contra a proibição bíblica? A resposta busca encontrar uma justificativa, um entendimento que “passe um pano” para essa prática.
Proibição Inicial
A Igreja Católica argumenta que a proibição inicial, encontrada em Deuteronômio 4, estava relacionada ao período de formação do povo de Israel. Nesse contexto, a adoração a imagens era comum entre povos circunvizinhos, e Deus queria evitar que os israelitas seguissem essa prática. A pedagogia divina, conforme a compreensão amadurecia, permitiu a criação de imagens sagradas, como os querubins na Arca da Aliança e no Templo de Salomão.
A questão central é se a adoração de imagens pela Igreja Católica pode ser comparada à idolatria condenada na Bíblia. A resposta proposta é que a Igreja diferencia claramente entre culto de latria, que é exclusivo a Deus, e culto de dulia, oferecido aos santos e suas imagens. A ênfase recai na veneração, como reconhecimento e exemplo, não na adoração.
Essa distinção, embora sutil, busca justificar a prática católica, afirmando que a adoração é dirigida a entidades reais e verdadeiras, os santos, e não às imagens em si. A interpretação adequada e a compreensão da evolução da pedagogia divina são cruciais para mitigar as aparentes contradições e manter a coesão teológica.