A inteligência artificial generativa está transformando rapidamente o mercado de trabalho global, criando novas oportunidades e desafios. Este tipo de IA é capaz de gerar conteúdos originais, como textos, imagens e vídeos, o que levanta questões sobre a automação de tarefas e o futuro de diversas profissões.
Um relatório recente, intitulado “IA generativa e Empregos: Um Índice Global Refinado de Exposição Ocupacional”, oferece uma visão detalhada sobre como essa tecnologia pode remodelar o cenário ocupacional.
O estudo categoriza as profissões em quatro gradientes de exposição à automação, variando de baixa a alta probabilidade de substituição por IA. Apenas uma pequena fração, 3,3% dos empregos globais, está na categoria de maior risco, conhecida como Gradiente 4. Essa análise ajuda a entender quais setores podem ser mais afetados e quais têm maior resiliência frente à automação.
Como a IA generativa avalia o risco de automação
Para determinar o risco de automação, o relatório utilizou um sistema detalhado de classificação de profissões, baseado em dados da Polônia, que inclui quase 30 mil tarefas diferentes. Inicialmente, a IA avaliou essas tarefas, e posteriormente, 1.640 trabalhadores contribuíram com suas opiniões sobre a viabilidade de automação de suas atividades.
Especialistas revisaram essas informações para criar uma base de dados robusta, que serve como referência para prever o risco de automação em outras tarefas.
O foco do estudo está mais na realidade do dia a dia das ocupações do que apenas nas capacidades tecnológicas. Isso significa que, embora 25% dos empregos estejam potencialmente expostos à IA generativa, a transformação dos postos de trabalho é vista como o resultado mais provável, em vez da simples substituição de empregos.
Setores mais expostos à automação
Os empregos de escritório e administrativos são os mais vulneráveis à automação, já que muitas de suas tarefas podem ser facilmente realizadas por IA. Além disso, profissões que fazem uso intensivo de tecnologia, como mídia, programação e finanças, também enfrentam riscos significativos, dado o avanço da IA em realizar tarefas especializadas.
O estudo também revela diferenças na exposição à IA entre homens e mulheres, bem como entre países de diferentes níveis de renda. Em economias mais ricas, cerca de 10% das mulheres trabalham em áreas com alto risco de automação, comparado a 3,5% dos homens. Globalmente, 4,7% das mulheres e 2,4% dos homens estão em empregos com maior probabilidade de serem afetados pela IA.