Quem se interessa por astronomia, certamente já ouviu falar do Observatório Gemini, um dos mais importantes do mundo. Este observatório consiste num par de dois telescópios idênticos, capazes de efetuar observações tanto no espectro visível como no infravermelho. Equipados com espelhos de diâmetro de 8,1 metros e apenas 10cm de espessura, esses telescópios estão localizados em lugares privilegiados para a observação do universo: os Andes no Chile e o vulcão Mauna Kea, no Havaí.
Os telescópios Gemini foram construídos e são mantidos por um consórcio composto por sete países: Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Chile, Austrália, Brasil e Argentina. Cada um desses países tem uma fração do tempo de uso da estrutura determinada pelo valor do apoio financeiro proporcionado. Desta maneira, o Brasil tem direito a 2,31% do tempo de telescópio para observações científicas.
O que torna o Observatório Gemini tão especial?
Os telescópios Gemini foram desenvolvidos com tecnologia de ponta, sobressaindo-se em uma variedade de capacidades ópticas e infravermelhas. Possuem uma câmara de revestimento avançada que usa tecnologia de aplicação de prata ou alumínio no espelho do telescópio, permitindo um desempenho em infravermelho excepcional. O programa de instrumentação dinâmica do Gemini oferece a seus utilizadores a possibilidade de realizarem pesquisas astronômicas de vanguarda, incluindo a implementação de tecnologias como o sistema de guiagem por laser, a Óptica Adaptativa e espectrógrafos multi-objetos.
A operação do Observatório Gemini
O Gemini se integra com modernas tecnologias de rede, oferecendo operações remotas a partir de salas de controle situadas em Hilo (Havaí) e La Serena (Chile). Os pesquisadores dos países membros podem assistir às operações do Gemini, garantindo a melhor combinação de observação, instrumento e condições de observação. O Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA) é o Escritório Brasileiro do Gemini e auxilia seus colegas brasileiros na submissão de propostas de alocação de tempo nos telescópios Gemini, apoiando a revisão dos detalhes dos projetos observacionais.
O Observatório Gemini já atingiu importantes marcos históricos em sua trajetória científica. Em 2006, o Gemini chegou à sua 200ª publicação baseada em dados Gemini. Em setembro de 2007, a 400ª publicação do Gemini foi aceita e, em junho de 2008, a 500ª publicação do Gemini foi aceita.
Fato impressionante é que dentre as primeiras 500 publicações, 7,6% foram realizadas com a participação de brasileiros, mesmo tendo o Brasil apenas 2,31% do tempo total de utilização do observatório. Na marca das 1000 publicações, a contribuição brasileira foi ainda maior: 8,4% dos trabalhos, demonstrando a alta produtividade e a qualidade do trabalho desenvolvido pela comunidade astronômica brasileira no ambito do Observatório Gemini.