No pensamento cristão, a mulher é frequentemente apontada para exercer um papel de submissão em relação ao marido. No entanto, essa concepção origina interpretações equivocadas. Para esclarecer esse tema, precisamos entender o conceito de submissão no contexto bíblico e desfazer equívocos que circulam acerca dessa visão.
O que significa submissão no cristianismo?
Antes de mais nada, é preciso compreender que no cristianismo, a submissão é uma orientação para todos, não se restringindo ao universo feminino. Por isso, a Bíblia traz expressões como “sujeitai-vos, uns aos outros” (Efésios 5:21). O termo original do grego para submissão é “hupotasso”, que significa alinhar-se ou focar em uma direção, implicando, portanto, uma ação voluntária e não uma imposição.
A submissão ao marido no casamento
No contexto do casamento, segundo a Bíblia, o marido tem um papel de liderança, mas esse não é um passe livre para abusos ou tirania. A própria Palavra apresenta orientações explícitas para os maridos amarem suas esposas com sacrifício (Efésios 5:25), sendo compreensivos e respeitosos (1 Pedro 3:7). Portanto, ao analisarmos a submissão da mulher ao marido, é crucial considerar essa reciprocidade e o princípio do amor que deve permear o casamento.
Submissão além da obediência
Outro ponto vital na discussão sobre submissão é entender o papel da obediência. Submissão não é sinônimo de obediência cega. A mulher não está obrigada a se submeter à autoridade do marido em questões que contrariem princípios bíblicos ou sua consciência. Portanto, a submissão proposital não pode ser uma maneira de justificar práticas danosas ou abusivas no casamento.
Liderança e submissão
No entendimento cristão, ser líder não significa ser um tirano. Cristo mesmo ilustra que a verdadeira liderança se expressa no serviço (Marcos 10:45). Logo, as responsabilidades da liderança não devem cair unicamente sobre um dos cônjuges. Embora a Bíblia traga o marido como o líder da família, a participação e opinião da mulher são de suma importância para a tomada de decisões e condução do lar.
Submissão da mulher é sinônimo de opressão?
A resposta é não. A submissão feminina não deve ser usada como desculpa para abuso, opressão e desrespeito. Quando bem compreendida e aplicada, ela expressa amor, humildade e deferência e se equilibra com o amor sacrificial do marido. Ambos contribuem então para uma parceria harmoniosa e fluída, que respeita e valoriza ambos os parceiros.
Para finalizar, é essencial compreender que, como cristãos, primeiro e acima de tudo, somos chamados a nos submeter à Deus. É dessa submissão que derivam todas as outras, sejam elas mulheres aos maridos, filhos aos pais, ou membros de uma comunidade aos seus líderes eclesiásticos.