O MV Bahijah, embarcação que partiu da Austrália em direção ao Oriente Médio no início de janeiro, encontra-se em meio a um impasse que preocupa as autoridades australianas. A decisão de retornar ao país de origem foi tomada pelo capitão do navio devido ao agravamento dos conflitos na região do Mar Vermelho.
Com cerca de 16 mil animais a bordo, sendo 14 mil bovinos e 2 mil ovinos, o rebanho australiano enfrenta desafios logísticos e de biossegurança. O governo australiano, ciente da gravidade da situação, procura uma solução para o impasse que persiste há quase um mês.
O Departamento de Agricultura, Pesca e Silvicultura conduziu uma reunião com o inspetor-geral de exportação de animais vivos e outras entidades relevantes para desenvolver um plano de ação. O objetivo é resolver a situação o mais rápido possível, considerando a necessidade de cuidados específicos de biossegurança para reintrodução do rebanho ao território australiano.
Os relatórios veterinários indicam que os animais a bordo do MV Bahijah estão saudáveis, não apresentando preocupações significativas com a saúde, bem-estar ou ambiente. Dois veterinários independentes inspecionaram o navio recentemente, e suas descobertas serão revisadas para determinar os próximos passos.
A diretora veterinária da Austrália, Beth Cookson, destaca a importância de agir rapidamente na resolução desse impasse, considerando tanto as questões sanitárias quanto o bem-estar dos animais. Enquanto o governo avalia o pedido de reexportação do gado, a Sociedade Real para a Prevenção da Crueldade contra os Animais (RSPCA) expressa urgência em retirar os animais do navio, argumentando que as condições se tornaram insuportáveis.
A situação, considerada crítica pela RSPCA, levanta questionamentos sobre a responsabilidade dos envolvidos na indústria, e a diretora científica da organização, Suzanne Fowler, classifica como “absolutamente inaceitável” enviar os animais em outra viagem dadas as atuais circunstâncias.
O governo assegura que a situação está sob controle devido aos acordos de contingência estabelecidos antes da partida do navio. Exportadores foram obrigados a providenciar forragens e suprimentos veterinários acima do exigido, além de disponibilizar um veterinário e um tratador a bordo do MV Bahijah. Entretanto, a pressão da RSPCA e a necessidade de uma resolução rápida permanecem evidentes diante da delicada situação enfrentada pelos animais a bordo.