Na madrugada de 18 para 19 de maio de 1910, o cometa Halley fez uma de suas visitas à Terra, desencadeando um cenário de histeria global. As notícias veiculadas pela imprensa na época falavam de um suposto gás letal e venenoso presente na cauda do cometa, alimentando o medo e o pânico ao redor do mundo.
A descoberta científica sobre a composição química dos cometas provocou uma série de superstições, especulações e até mesmo exploração comercial em torno do cometa Halley. Apesar das tentativas de esclarecer que a passagem do cometa não representava uma ameaça envenenadora, alguns se aproveitaram da situação para vender máscaras, comprimidos e até guarda-chuvas como supostas proteções contra os gases letais.
Contudo, o Halley continuou sua órbita sem causar danos aos habitantes da Terra, permitindo que fosse fotografado pela primeira vez. A partir desse evento, o cometa ganhou fama mundial, mesmo com sua velocidade impressionante de 70 quilômetros por segundo, de acordo com a NASA.
Atualmente, a curiosidade em relação ao Halley substituiu o medo e as superstições do passado. O cometa, nomeado em homenagem ao astrônomo Edmundo Halley, é grande e brilhante, sendo visível a olho nu a cada 75-76 anos quando atinge o ponto mais próximo do Sol, conhecido como periélio. O cometa, cujo primeiro registro data de 240 anos antes de Cristo, é composto por um núcleo relativamente pequeno e uma cauda que se estende por milhões de quilômetros pelo espaço.
Em 1986, o Halley ofereceu um espetáculo menor do que em 1910, devido à poluição luminosa e à interação com a radiação solar. A NASA prevê que o cometa atingirá o ponto mais distante, conhecido como afélio, no final de 2023, começando então seu caminho de volta. A próxima passagem pela Terra está estimada para daqui a 46 anos, em junho de 2061, marcando mais um capítulo na história fascinante do cometa Halley.