Enquanto no Brasil o Bolsa Família atua como principal programa de transferência de renda, no Reino Unido existe um sistema diferente: benefícios sociais que incluem auxílio mensal de cerca de 200 libras para famílias elegíveis. Apesar de haver semelhanças de propósito — garantir segurança básica e reduzir desigualdade — as abordagens são distintas em estrutura, políticas e critérios.
No Reino Unido, o auxílio é concedido a famílias de menor renda, desempregados e pessoas com dependentes, por meio de programas como “Universal Credit”. Para ter acesso ao benefício, o solicitante precisa comprovar renda, situação familiar e geralmente buscar trabalho ativamente. O valor mensal de 200 libras é complementado por outros benefícios (moradia, pensão infantil, subsídios de saúde), de acordo com necessidade.
A diferença essencial está na exigência de contrapartidas: no Reino Unido, é comum que beneficiários participem de programas de emprego, capacitação ou acompanhamento ativo; no Brasil, o Bolsa Família exige condicionalidades ligadas à saúde e educação, mas não impõe como regra a busca de emprego.
Outra distinção é em relação à continuidade do benefício. No Brasil, o Bolsa Família é contínuo enquanto a família mantiver condições. No Reino Unido, cortes ou ajustes são comuns conforme variação de renda, composição familiar ou cumprimento de requisitos. Além disso, mecanismos de reajuste são automáticos em alguns casos, e há exigência de prestação de contas periódica.
Apesar das diferenças, ambos os programas compartilham objetivos de reduzir pobreza, fortalecer cidadania e prevenir desigualdades. O estudo comparativo mostra que cada modelo é moldado pela estrutura econômica, capacidade administrativa e cultura social de cada país — e que o Brasil pode extrair lições para aprimorar mecanismos de monitoramento, flexibilização e estímulo ao emprego dentro do Bolsa Família.