Cientistas têm desvendado os mistérios por trás das galáxias ultra difusas, que se destacam por sua tênue luminosidade e expansão aparentemente desproporcional. Estas galáxias, tão difusas quanto as galáxias anãs, mas ocupando uma área equivalente à da Via Láctea, têm intrigado pesquisadores ao longo do último ano. Uma investigação recente do Instituto Niels Bohr aponta para um fenômeno durante o processo de formação estelar como explicação para esse enigma.
Essas galáxias são vastas coleções de estrelas, gás e matéria escura, sendo seu tamanho influenciado por eventos como a formação de supernovas. A pesquisa revela que um grande número de supernovas durante a formação estelar pode impulsionar estrelas e matéria escura para fora, expandindo a galáxia. Essa expansão resulta em uma distribuição mais ampla, tornando a galáxia mais difusa e desafiadora de ser observada através de telescópios convencionais.
Ao longo da história cósmica, galáxias foram formadas a partir de nuvens gigantes de gás e poeira, dando origem a estrelas. As galáxias, desde suas fases iniciais como “galáxias bebê”, cresceram através da formação constante de estrelas e fusões com galáxias vizinhas. No entanto, as galáxias ultra difusas, com até mil vezes menos estrelas que a Via Láctea, desafiavam classificações tradicionais.
Por meio de simulações computacionais avançadas, conduzidas em colaboração com a Universidade de Nova Iorque em Abu Dhabi, pesquisadores conseguiram recriar as características observadas nas galáxias ultra difusas. As simulações indicaram que o movimento das estrelas para fora do centro, impulsionado por múltiplas supernovas, é responsável pela expansão e pela diminuição da densidade de matéria escura, resultando na aparência tênue dessas galáxias.
A pesquisa liderada por Arianna Di Cintio, do Instituto Niels Bohr, evidencia que a presença de muitas supernovas durante a formação estelar pode ser um fator fundamental na compreensão da expansão e distribuição dessas galáxias ultra difusas. Isso representa um avanço significativo na compreensão da formação galáctica, abrindo a possibilidade de descobrir milhares de galáxias ultra tênues anteriormente desconhecidas, e destacando a importância de colaborações observacionais para confirmar essas teorias inovadoras.