Filtragem do INSS: beneficiários começam a ser removidos; veja os critérios
Recentemente, o sistema previdenciário brasileiro tem estado no centro das atenções devido à aprovação de uma legislação que permite ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspender benefícios automaticamente.
Essa medida, que visa principalmente o combate a fraudes, está causando intensos debates e preocupações entre aposentados e pensionistas.
Funcionamento do corte automático de benefícios
O mecanismo de corte automático, ou corte sumário, possibilita que o INSS interrompa o pagamento de aposentadorias ou pensões sem comunicação prévia ao beneficiário e sem dar-lhe a oportunidade de defesa.
Essa ação é tomada quando o INSS detecta possíveis irregularidades nos dados do beneficiário. A aplicação do corte é imediata, e o notificado só poderá contestar após o corte ter ocorrido.
Principais implicações da nova regra
- Violação do direito à defesa: Um dos riscos mais significativos desta regra é a potencial violação do direito à defesa dos beneficiários. Sem chance de apresentação prévia de justificativas, direitos fundamentais são postos em risco.
- Insegurança jurídica: A norma cria um ambiente de incerteza entre aposentados e pensionistas, já que os benefícios podem ser suspensos inesperadamente, aumentando a insegurança jurídica.
- Carga sobre o Judiciário: Há a expectativa de crescimento considerável no número de processos judiciais relacionados a suspensões indevidas de benefícios, o que resultará em maior carga para o sistema judiciário.
- Possibilidade de erros: A pressa em implementar cortes pode levar a erros, prejudicando especialmente populações vulneráveis como idosos e pessoas de baixa escolaridade.
Alterações para aposentados e pensionistas
Antes da aprovação desta lei, ao detectar irregularidades, o INSS iniciava um processo administrativo, permitindo que o beneficiário apresentasse sua defesa antes de qualquer suspensão de benefício.
Sob o novo regime, o procedimento administrativo é suprimido, com a suspensão sendo a primeira ação, seguida pelo período de defesa.
Perspectivas futuras
Embora a intenção da lei seja reduzir o número de fraudes no sistema previdenciário, o efeito colateral em potencial são os erros e injustiças cometidos contra os beneficiários.
O aumento na carga do sistema judiciário devido aos processos judiciais esperados se soma às preocupações. Enquanto a adaptação a essa nova realidade é necessária, resta observar como o sistema se ajustará para garantir direitos fundamentais sem comprometer a integridade do sistema como um todo.