Os defensivos agrícolas, sejam eles de origem química ou biológica, são fundamentais para a produção agrícola global. Para assegurar a identificação e classificação desses produtos de maneira uniforme em escala internacional, a Organização das Nações Unidas (ONU) desenvolveu o GHS (Globally Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals). Esse sistema, adotado por mais de 50 países, incluindo o Brasil, representa uma ferramenta crucial para a proteção da saúde, oferecendo uma abordagem harmonizada de comunicação compreensível para todos os envolvidos na cadeia produtiva.
A implementação do GHS no Brasil busca alinhar as normas nacionais às regras internacionais, promovendo a padronização e simplificando as indicações sobre os perigos associados aos defensivos agrícolas. Essa iniciativa não altera a formulação dos produtos, mantendo a qualidade e eficácia na lavoura.
O GHS, ao ser adotado no Brasil, estabeleceu uma nova classificação toxicológica para os defensivos agrícolas, seguindo os padrões internacionais. Esse sistema define e classifica os riscos e perigos dos produtos químicos, facilitando a comunicação por meio de símbolos, ícones e alertas padronizados nos rótulos e embalagens. Essa padronização, essencial para a segurança de trabalhadores, consumidores e do meio ambiente, proporciona uma linguagem única globalmente compreendida.
A classificação toxicológica, aprovada pela ANVISA em 2019, abrange todos os produtos químicos, com exceção de produtos farmacêuticos, aditivos alimentícios, artigos cosméticos e resíduos de praguicidas em alimentos. O GHS visa informar consumidores, trabalhadores do setor agrícola, profissionais de transporte e armazenamento, e equipes de serviços de emergência.
A adoção do GHS não apenas proporciona uma comunicação uniforme, mas também traz benefícios como maior eficiência regulatória, facilitação do comércio, conformidade entre países, redução de custos e informações consistentes sobre riscos e perigos. Isso estimula o transporte, manuseio e uso seguro de defensivos agrícolas, promovendo uma resposta eficaz a incidentes químicos e reduzindo a necessidade de testes em animais.
A importância do GHS transcende o setor agrícola, refletindo o crescente interesse dos consumidores em conhecer a origem e produção de alimentos. Além da padronização internacional, o sistema oferece informações adicionais para melhorar a proteção à saúde humana e ao meio ambiente, comunicando de forma compreensível os perigos nos rótulos.
A padronização do GHS, similar ao reconhecimento de sinais em um semáforo global, garante segurança para todos os usuários. No entanto, é crucial ressaltar que essa implementação não afeta a qualidade dos produtos, apenas aprimora a forma como seus perigos são comunicados. A mudança na rotulagem dos defensivos agrícolas, de acordo com as diretrizes do GHS, é mais abrangente e fornece informações claras e acessíveis, baseadas nos critérios estabelecidos pelo sistema global.
A transição para o GHS, apesar de suas exigências, destaca a importância da segurança no manuseio de defensivos agrícolas, promovendo a conscientização sobre a necessidade de equipamentos de proteção individual (EPIs) para os trabalhadores rurais. Essa mudança na comunicação visa aprimorar significativamente a segurança no ambiente agrícola, contribuindo para um setor mais consciente e alinhado às normas internacionais.