À medida que nos aproximamos do encerramento do ano, é oportuno analisar alguns pontos cruciais que provavelmente definirão o mercado do boi gordo ao longo de 2024. Vamos explorar quatro aspectos específicos que merecem atenção.
No primeiro semestre, a oferta de fêmeas se destaca, especialmente com o descarte após a estação de monta. Contudo, a situação das pastagens em muitas regiões do Brasil Central, Norte e Nordeste é desafiadora devido às chuvas historicamente ruins, resultado do fenômeno El Niño. Projeções indicam que esse fenômeno persistirá, impactando a disponibilidade de gado no início de 2024.
O segundo ponto crucial reside na oferta de gado suplementado no segundo semestre, frequentemente dependente de sistemas de confinamento ou suplementação alimentar. A relação entre os preços do boi gordo e do milho é fundamental para determinar a viabilidade da engorda nesse contexto. Considerando a possível influência do El Niño na produção de milho, há incertezas quanto à oferta e ao preço desse insumo.
Quanto à demanda doméstica, as expectativas apontam para um crescimento moderado em 2024, apesar das incertezas em relação a políticas fiscais e economia. No entanto, a precificação do boi ao longo do ano está mais ligada à oferta do que às condições econômicas. Se a oferta efetivamente encurtar, podemos antecipar altas nos preços.
No cenário internacional, a China continua sendo um comprador significativo, mas sem os saltos observados nos últimos anos. Possíveis aberturas de mercados, como Japão e Coreia do Sul, representam boas notícias. Outros importadores, como México e Indonésia, têm potencial para adquirir mais carne brasileira. A Argentina, com suas oscilações cambiais e medidas internas, também merece atenção.