O Brasil está no centro das discussões sobre financiamento climático na COP28, que está ocorrendo em Dubai até 12 de dezembro. Um dos destaques mais significativos é o potencial influxo de mais de R$ 6 bilhões em investimentos verdes por meio de acordos entre bancos internacionais e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O BNDES tomou a iniciativa ao anunciar um investimento inicial de R$ 1 bilhão no Arco da Restauração da Amazônia, um ambicioso projeto que busca financiar a recuperação de 24 milhões de hectares da floresta amazônica até o ano de 2050. Este projeto não apenas representa um compromisso significativo com a preservação ambiental, mas também destaca o potencial impacto positivo que os investimentos verdes podem ter na conservação de ecossistemas cruciais.
Além do aporte inicial do BNDES, a obtenção dos demais recursos será realizada por meio de um edital que combinará financiamentos de diversos atores, incluindo países, empresas e governos. Um acordo relevante foi estabelecido entre o BNDES e o Banco Mundial, evidenciando a colaboração internacional em prol do desenvolvimento de projetos de financiamento verde no Brasil.
A diretora de Mercado de Capitais e Finanças Sustentáveis do BNDES, Natalia Dias, destaca que o memorando de entendimento com o Banco Mundial abrange diversos setores, desde a produção de hidrogênio de baixo carbono até energia solar, eólica e eficiência energética. Esse acordo promissor tem o potencial de resultar em investimentos expressivos, estimados em até R$ 6,5 bilhões.
O governo federal brasileiro está alinhado com essa visão de impulsionar a transição para uma economia mais verde. Estima-se que o projeto “Combustível do Futuro”, enviado pelo presidente Lula ao Congresso Nacional, possa atrair mais de R$ 200 bilhões em investimentos para o Brasil até 2037. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destaca que esse projeto oferece incentivos significativos para a produção de combustíveis sustentáveis, abrangendo categorias como biodiesel, etanol e hidrogênio verde.
A convergência de esforços entre instituições financeiras, governos e setor privado sinaliza um compromisso coletivo em impulsionar a agenda ambiental e promover práticas sustentáveis. Com o Brasil como protagonista nesse cenário, a expectativa é que esses investimentos verdes não apenas impulsionem a economia, mas também contribuam de maneira substantiva para a preservação do meio ambiente e o combate às mudanças climáticas.