A atuação do El Niño no Brasil é marcada por profundas alterações meteorológicas, que resultam em secas em algumas áreas e um aumento notável das chuvas em outras. Essa “anomalia climática”, é um fenômeno natural que ocorre devido ao aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, nas áreas próximas à costa oeste do Peru e países vizinhos.
Sua repetição não segue um padrão fixo, variando entre dois e sete anos. Todavia, quando ocorre, os efeitos do El Niño são sentidos globalmente. Vamos discutir aqui a particularidade desses efeitos no território brasileiro.
Quais são os efeitos do El Niño no Brasil?
No Brasil, país de dimensões continentais e diversidade climática elevada, os impactos do El Niño são bastante variados. Podem-se observar desde secas extremas até chuvas torrenciais, variando de uma região para outra. O norte do país, por exemplo, sofre com a redução das chuvas nas porções leste e norte da Floresta Amazônica e com o aumento de problemas com as queimadas.
No Centro-Oeste, ocorre um aumento das chuvas durante o verão e uma elevação intensiva das temperaturas na segunda metade do ano. Já a região Nordeste experimenta secas severas nas áreas centrais e norte, afetando principalmente o Polígono das Secas. No Sul, é comum a manifestação de chuvas torrenciais e a intensificação das temperaturas.
O El Niño é “mau” para o Brasil?
Há um equívoco comum de que o El Niño é algo “ruim” ou “maléfico” ou que ele cria uma “bagunça climática”. No entanto, isso não é inteiramente verdade. A falta de água no Nordeste, por exemplo, não pode ser atribuída apenas ao El Niño, mas também à ausência de investimentos públicos para abastecimento da população local.
No sul do Brasil, embora as chuvas excessivas causem problemas, um planejamento adequado poderia evitar graves catástrofes. Portanto, é importante considerar que enquanto o El Niño certamente influencia nosso clima, é a preparação e o planejamento do homem que muitas vezes determinam o impacto dessas mudanças climáticas.