O El Niño foi descrito por muitos como o maior fenômeno climático global. Para contextualizar, de tempos em tempos, as águas do Oceano Pacífico Equatorial registram um aumento em sua temperatura. Os ventos alísios, tipicamente constantes em sua dureza, alteram-se nesses períodos. Este evento, conhecido como El Niño devido ao seu surgimento comum perto do período do Natal, tem consequências climáticas devastadoras.
O El Niño de 1982 foi um dos piores registados até à data, correspondendo a mudanças significativas na circulação global da atmosfera. Tempestades torrenciais atingiram locais como o Equador, Brasil e Peru. Também nos EUA, os efeitos do El Niño foram sentidos de maneira considerável, particularmente ao longo da costa da Califórnia, onde enormes tempestades e chuvas causaram grandes prejuízos.
O que causa o El Niño?
Embora o fenômeno El Niño ocorra a intervalos irregulares – às vezes depois de dois anos, outras vezes, após uma década – existe um consenso entre os cientistas de que a atividade humana está interferindo drasticamente no ciclo natural desse fenômeno. Uma teoria recente também sugere que o calor do magma vulcânico liberado no fundo do Oceano Pacífico pode ser a verdadeira causa do aquecimento dessas águas.
Como o El Niño afeta a indústria pesqueira do Peru?
Estima-se que o El Niño tem um impacto significativo na indústria pesqueira peruana. Normalmente, as águas ao largo da costa do Peru são frias e ricas em fitoplâncton, o que atrai uma grande quantidade de peixes. Infelizmente, a presença de El Niño afasta esses cardumes, trazendo grandes problemas para a indústria pesqueira. Durante o El Niño da década de 1980, a temperatura da água do mar aumentou até 8°C acima de sua média normal.
Desde 1990, o fenômeno El Niño tem ocorrido todos os anos, uma sequência inédita no último século. Atualmente, as principais consequências de El Niño incluem alteração da vida marinha na costa oeste dos EUA, Canadá e litoral do Peru; aumento das chuvas no sul da América do Sul e sudeste dos EUA; secas no Nordeste brasileiro, centro da África, sudeste asiático, e América Central, e tempestades tropicais no centro do Pacífico.