Rover Perseverance pode ter encontrado fonte de vida em Marte
O rover Perseverance da NASA, desde seu pouso em fevereiro de 2021 na cratera Jezero de Marte, vem revelando descobertas intrigantes que reacendem a esperança de encontrar vestígios de vida no Planeta Vermelho. A cratera, com cerca de 45 quilômetros de largura, é sugerida como tendo abrigado um grande lago e delta de rio em tempos antigos. O objetivo do Perseverance é vasculhar a região em busca de sinais de vidas passadas, coletando amostras que podem ser retornadas à Terra em uma missão futura.
O instrumento Radar Imager for Mars’ Subsurface Experiment (RIMFAX) do rover, utilizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA) e da Universidade de Oslo, forneceu novas pistas sobre a formação de sedimentos lacustres ao longo do tempo no fundo da cratera. Essas evidências sugerem que a água depositou sedimentos na cratera, criando camadas regulares e horizontais, semelhantes às observadas na Terra.
Os dados do RIMFAX, que envia ondas de radar para baixo em intervalos de 4 polegadas (10 centímetros) e mede pulsos refletidos de profundidades de até 65,6 pés (20 metros) abaixo da superfície, indicam a presença de sedimentos depositados pela água que outrora preenchia a cratera. Este ambiente aquático antigo pode ter fornecido condições propícias para a existência de vida microbiana, deixando potenciais vestígios nos sedimentos coletados pelo rover.
As flutuações nos níveis de água resultaram na formação de um grande delta na cratera, que o Perseverance atravessou entre maio e dezembro de 2022. As medições de radar também revelam um fundo irregular da cratera abaixo do delta, indicando processos erosivos anteriores à deposição dos sedimentos.
As descobertas, publicadas na revista Science Advances, oferecem uma visão fascinante das mudanças geológicas marcianas preservadas no registo rochoso, impulsionadas por alterações no ambiente do Planeta Vermelho ao longo do tempo. O estudo destaca a importância de investigar abaixo da superfície para compreender a história geológica marciana e a possibilidade de encontrar indícios de vida em Marte.