O plantio direto, que surgiu nos Estados Unidos na década de 1940 através de Edward H. Faulkner, vem sendo considerado um dos principais métodos eficientes na minimização do efeito de desertificação de solos universalmente. Esta técnica agrícola chegou ao Brasil cerca de 30 anos mais tarde e tem sido amplamente implementada por agricultores, sobretudo do Paraná. A técnica é aplicada em diversos tipos de cultivo, tais como o café, soja, milho, arroz, feijão e trigo.
Um estudo recente da Embrapa Soja mostra que o plantio direto pode aumentar a produtividade em até 30%. Isso se atribui ao fato de que, no plantio direto, a terra só é manuseada durante o ato de semear. A partir de então, o solo permanece intacto, com a palha e os resíduos das culturas comerciais ou principais constituindo um manto que torna o ambiente mais propício ao crescimento das plantas.
O que torna a palha tão importante no plantio direto?
No plantio direto, a palha desempenha um papel fundamental na conservação do solo, pois fornece proteção contra o impacto direto das gotas de chuva, evita o deslocamento de partículas de solo pela água e minimiza a erosão da terra. Além disso, a palha também protege o solo dos raios solares e do vento, diminuindo a taxa de evaporação e permitindo uma melhor infiltração e armazenamento de água no solo.
Um fator crucial acerca da palha é que ela aumenta progressivamente a matéria orgânica no solo, que serve como fonte de energia para microorganismos. Com o aumento da atividade microbiana e a mineralização, há uma oferta mais elevada de nutrientes para as plantas. Os principais fornecedores de palha são os grãos, como sorgo, milho, centeio, trigo, arroz, entre outros.
Como se prepara para o plantio direto?
Para aplicar o método de plantio direto, o produtor rural deve seguir algumas ações, como o uso eficiente de defensivos agrícolas para o controle de plantas invasoras, manutenção da cobertura morta para proteger da erosão, entre outros. O World Wide Fund for Nature (WWF) afirma que o plantio direto representa uma ação ambiental brasileira crucial, atendendo às recomendações da conferência da Organização das Nações Unidas (Eco-92).
Entre os benefícios do plantio direto, destacam-se a prevenção da erosão, maior quantidade de matéria orgânica disponível no solo, melhor estrutura do terreno e menor perda de água do solo. Além disso, tem o importante papel de manter o equilíbrio na temperatura do solo, propiciando uma ação de “sequestro” de carbono, o que evita sua liberação excessiva para a atmosfera.
O plantio direto ajuda a combater a desertificação?
Sim, o plantio direto é uma alternativa viável para combater a desertificação. Por meio desta técnica, o solo é preservado contra danos ambientais, tais como a erosão e o esgotamento de nutrientes. Nesse sentido, o plantio direto contribui para a manutenção da saúde do solo, promove uma produção agrícola mais estável e auxilia na recuperação de áreas degradadas.
Em meio aos desafios crescentes das mudanças climáticas, o plantio direto apresenta-se como uma solução viável e sustentável para a preservação dos nossos solos e a garantia da segurança alimentar.